sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Como configurar uma boa bike de Enduro para iniciar as atividades?

Se você ainda não tem uma referência clara de um bom setup para uma bike de enduro, que possa ser usada no dia a dia e que consiga atender todas as suas expectativas, esse artigo vai lhe trazer LUZ!

Intense Carbine 29" - Enduro Expertise?

Bikes 29" no mundo All Mountain / Enduro ainda são vistas como 'trambolhos", principalmente quando pensamos em curvas mais fechadas e trilhas mais sinuosas. A revista Bike Magazine teve como matéria de capa da edição 219 a avaliação da Intense Carbine 29" com 160mm de curso Frente / 140mm traseira.
O Rider responsável pelo teste, Pedro Pires, não poupou elogios a Carbine quando se trata de Enduro. Com pequenas ressalvas como caixa de direção muito alta, ele apontou que apesar das "rodonas" as Carbine 29" oferece uma tração muito grande dos pneus, por ter uma maior área de contato, deixando a bike mais agressiva e "produtiva" nas curvas. Com 67º de ângulo na caixa, ele elogiou a posição de ataque da bike nos rock gardens e Roots.
Acrescentando a minha opinião pessoal, ainda fico com as 27,5. Por serem mais ágeis, permitirem com o mesmo nível de equipamento bikes mais leves e por último e não mais importante, a torção das rodas 29" que ainda são de lascar!


Produção Brazuca na área.



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Avanço de Guidon. Qual escolher?

Avanço de Guidon. Qual escolher?
Muitos bikers que encontro pelas trilhas, uns amigos já de algum tempo, outros amigos novos, que vamos conquistando trilhas afora, me questionam sobre o tamanho do avanço de guidon melhor, principalmente se tratando de All Mountain.
Seria muita pretensão minha dizer que esse serve pra isso e aquele ser pra tal, porque a adaptação de cada um é muito específica e individual.
Eu já tive mesas de 80/70/60/50mm em bikes de All Mountain, e cada uma ...tinha um cenário diferente, bikes diferentes.
Atualmente a que mais me agrada, tanto para subir, permitindo que a bike fique estável na subida, sem ficar empinando, desgastando ainda mais na subida, são as mesas de 60mm e de 50mm. Ambas deixam a bike um pouco mais curta e muito ágil. Tanto uma como a outra, recomendo usarem com guidons de no mínimo 730, sendo o ideal 750mm de largura. Isso porque a distribuição da força recebida pelo solo fica muito mais direcionada para os braços, e o guidon largo ajuda a a distribuir isso tornando a pilotagem mais estável, e SEGURA.
Outra coisa que influência é a característica ergonômica de cada biker. Eu por exemplo tenho 1,76 de altura, mas meus braços e tronco são um pouco mais curtos, como uso bikes M a mesa de 60mm em termos ergonômicos é melhor pra mim em uma bike com head tube angle ( angulo da caixa de direção ) de 67º. Já a de 50mm deixa seu corpo mais para trás nas descidas mais ingrimes conferindo uma sensação de segurança na pilotagem.
Mas é aquilo, o que me agrada, pode não agradar você, mas uma coisa posso ajudar a definir junto contigo, mesas de bikes All Mountains, ficam entre 70 e 50mm, 70mm para quem tem os braços mais longos e gostam de render mais na subida, 50mm para quem quer curtir mesmo são as descidas, e 60mm o meio termo disso tudo.

Santa Cruz - Um posicionamento DIFERENTE!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Rip Will Olson

Ao longo dos anos, meu estilo de mountain bike já passou por todas as fases, cross crountry competição ( amador ), trail ride ( década de 90 com nossas suspensões de 50mm ), downhill ( ainda naquele modelo kamikase downhill ), all mountain e enduro.
Mais precisamente nas modalidades, como os gringos gostam de chamar, gravity ride, o risco de acidente e lesões são constantes.
Confesso que nos dias de hoje, com meus 37 anos, não tenho mais a coragem nem a disposição de outros tempos. O instinto de preservação esta cada vez mais forte.
Sempre alerto meus amigos de pedal, aqueles super animados com as descidas técnicas e difíceis, que ainda não tomaram aquele capote sinistro, de ficar de molho alguns meses ( quem já passou por isso sabe do que estou falando ), cuidado, o mtb machuca, e pode machucar muito.
O nível dos profissionais esta cada dia mais alto, a tecnologia empregada nas bikes nos permite expandir nossos limites, e muitas vezes não administramos isso da forma correta.
Fabien Barel sofreu um acidente e ficou quase 1 ano afastado, com uma lesão grave da coluna cervical, que quase lhe deixou com sequelas permanentes, e que, esse ano, lhe obrigou a parar com as competições, visto os risco de lesão retornar em função do esforço exigido pela modalidade.
O EWS teve sua primeira vítima fatal, um piloto experiente, Will Olson, que andava forte, a muitos anos, cometeu um erro, e com isso perdeu a vida.
Lembre-se, pratique o MTB como fonte de saúde, adrenalina e diversão. Com o foco e a clareza de mensurar as consequências dessa ou daquela descida.
Supere-se, mas tenha como primeira opção a sua integridade física.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Afinal.. O que é Enduro?

Afinal.. O que é Enduro?
Nos últimos dois anos quem curte bike, e não fica bitolado nessa ou naquela modalidade do esporte, já ouviu e viu muita coisa sobre Enduro. 
Para algumas pessoas essa palavra ainda não tem um sentindo claro, então vamos lá.
O Enduro é uma modalidade do mountain bike que consiste em uma competição que é formada pois dois tipos de percurso em uma mesma prova: os deslocamentos e as especiais.
O deslocamento é o trajeto feito de forma livre, que não influencia no resultado final da prova, que tem um tempo limite de conclusão e liga uma especial a outra, na grande maioria das vezes o deslocamento é o percurso que o atleta tem que completar para chegar no alto da montanha onde estão os portões de largada das especiais. Em alguns casos bem atípicos, como por exemplo em uma montanha muito grande que inviabilizaria os competidores de subirem pedalando, é usado algum tipo de transporte. Mas são em raríssimos casos. Ai você me pergunta, mas o que é especial?
Especial são os trajetos em downhill ( descida ingrime ) que são cronometrados, um modelo parecido com o que é feito nas tradicionais provas de downhill ( provas em que só há descidas e os competidores sobem as montanhas usando algum tipo de transporte ). 
O vencedor é o atleta que consegue na somatória dos tempos de todas as especiais da prova, somar o menor tempo.
Essa modalidade ganhou expressão e muitos fãs, depois que muitos atletas de elite do downhill, como Fabien Barel, Jared Graves e Anne Caroline Chausson migraram das competições de downhill tradicionais para o Enduro. Com isso a mídia especializada passou a acompanhar o campeonato mundial, o Enduro World Series e divulgar essa modalidade que em minha opinião é a essência do mountain biking.
Talvez o Enduro tenha sido o berço do mountain bike, lá nos anos 70 com Gary Fischer, Tom Ritchey, Joe Breeze e alguns outros malucos que com suas cruiser subiam as montanhas californianas para depois descerem usando a gravidade como força motriz.
O Enduro esta em alta, por ser completo, por ser divertido e por traduzir a essência do MTB.
   

terça-feira, 28 de julho de 2015

HeadTube Angle ..ou.. Angulo da Caixa de Direção.

Como o Angulo da Caixa de Direção pode influenciar na sua pilotagem, independente de qual modalidade do MTB você for seguidor?
Bom a geometria das bikes nos últimos anos tem evoluído a passos largos, graças principalmente em função da tecnologia empregada no desenho e engenharia de quadros. Softwares extremamente sofisticados, permitem aos engenheiros simularem o comportamento das bikes antes mesmo de ser construído um protótipo. Mais recentemente com o advento da impressora 3D esse processo ficou ainda mais preciso.
Nas bikes de AM e Enduro, podemos dizer que os ângulos das caixas de direção mais empregados no mercado vão de 65 a 67, dependendo da marca e curso empregado na geometria da bike.
Mas você sabe o que realmente o ângulo da caixa de direção afeta seu pedal?
Aqui vou fazer um breve explicação do que você pode prever sobre o comportamento de uma bike tendo essa informação em mãos, seja para a compra de uma nova bike ou simplesmente ajuste de geometria de sua bike, tecnologia empregada na grande maioria das bike destinadas para AM e Enduro que permite ajustes na própria bike com esse fim, como por exemplo a SCOTT que usa um sistema de ajuste de altura do movimento central que altera essa medida em 7mm e consequentemente em 0,5º o angulo da caixa de direção.
Bike com o ângulos mais alto como 68,5º por exemplo, a bike tende a ser mais arisca, mas propensa a respostas rápidas em curvas e responder de forma mais rápida a aceleração empregada pelo biker, isso porque com esse angulo a distancia entre eixos é menor. Esse angulo geralmente é empregado em bikes para trail, sendo que para bikes de cross crountry race podemos encontrar ângulos de 69º ( lembrando que a pequenas alterações conforme a marca ).
No mundo das Enduros temos angulos mais agudos, pois para estas bikes a estabilidade é importante devido aos obstáculos presente nas trilhas como pedras e raízes. 66,5º ou 66,8º fornecem uma distância entre eixos maior, o que permite maior distribuição dos impactos recebidos, tornando a pilotagem mais fluída e segura.
Quanto menor a angulo da caixa de direção, mais agressiva a bike se torna nas trilhas porque ela distribui melhor o impacto, dando margem ao piloto para soltar mais os freios e tirar mais alguns segundos do seu tempo de descida. Bikes de DownHill apresentam ângulos de 62º ou 63º, justamente porque seu objetivo é ter a maior estabilidade possível.
Então lembre-se, ao comprar uma bike ou alterar a geometria de sua bike ( caso ela tenha essa opção ), é esse o princípio aplicado.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cubos... O que você precisa saber.

Um dos maiores mitos relacionados a peso que persegue bikers mundo a fora são os cubos. Quando se fala em peso, todos associam uma significativa responsabilidade aos cubos a favor ou contra.
Nem sempre tirar um cubo intermediário para colocar um cubo de topo de linha é sinal de perda significativa de peso. Em geral a diferença de peso entre esses dois níveis não é tão significativa.
Os cubos tem um relevância muito maior para os bikers que vai além do peso que é a rolagem e durabilidade.

Vou fazer aqui uma comparação real, que tive no meu cenário.

Comprei uma Scott Spark 730 e essa bike originalmente vem com cubos SHIMANO DEORE ( imagem 01 ) com o sistema de prender os discos de freios center lock, um padrão usado pela shimano. Confesso que assim que sai da loja já disse para mim mesmo, em voz alta, primeiro upgrade dessa bike vão ser os cubos. Como já tinha em casa um par de cubos, os aclamados HOPE PRO II EVO, e não é atoa, para mim seria somente o trabalho de enraiar as rodas novamente. O tempo foi passando e os cubos DEORE foram ficando na bike, e percebi que a rolagem dos cubos é muito boa.
Os cubos shimano usam colar de bilha ( imagem 02 ) que pra mim nunca foi algo muito bom porque a grande desvantagem desse sistema é a manutenção, pois as calhas onde as esferas atuam com o tempo se desgastam e a troca requer uma prensa para tirar e colocar novas calhas de rolagem. Mas olhe um pouco de minha incoerência, usei vários cubos de colar de bilhas, inclusive um par dos famosos parallax ( imagem 03 ) e nunca tive tal problema, mas sei na teoria que isso pode acontecer.
Outro fator é a precisão que precisamos ter para montar o cubo após a revisão. Para estes cubos há um torque preciso, que dificilmente esse ou aquele mecânico conseguirá colocar novamente. Baixo torque vai permitir folga no sistema, um torque exagerado pode aumentar o atrito entre as partes, acelerando o desgaste e prejudicando a rolagem da bike. Ponto negativo a meu ver.

Falando agora dos cubos HOPE ( imagem 04 ), esses cubos trabalham com rolamentos selados. O benefício dos rolamentos são a durabilidade e a facilidade de manutenção. Vale ressaltar que estes modelos de cubo permitem um upgrade muito bacana que é a instalação de rolamentos de cerâmica ( imagem 05 ). Rolamentos de cerâmica possuem maior precisão, maior durabilidade e menor peso. Um desejo antigo que ainda vai se concretizar, pois os preços não são nada amigáveis.
Quanto a facilidade de manutenção, o rolamentos podem ser trocados sem dificuldade pelo seu mecânico de confiança e adquiridos em lojas especializadas ou na internet.

Tendo esses dois cubos em mãos, optei por permanecer os cubos DEORE por um motivo. Quando pesquise o peso dos cubos, ainda não tenho uma balança de precisão para catalogar os pesos, falha minha, mas vamos lá, descobri que a perda de peso com a instalação dos cubos hope seria aproximadamente 100g, o que sabemos que para o esporte pode ser considerado por muitos uma baita diferença, mas pra mim que pedalo de forma recreativa não pesou tanto. Além disso minhas rodas são montadas de fábrica, com a pressão dos raios precisa e totalmente equilibrada, tanto que me impressiono até hoje com a rigidez e durabilidade de meu conjunto de rodas ( aros syncros, cubos deore e raios DT SWISS ). Por isso optei por não alterar. Aquela história, em time que está ganhando não se mexe.

Nos cubos traseiros ainda temos uma terceira parte, os freehub ( imagem 06 ) que é a peça onde o cassete é montado que transfere a força da pedalada para a roda traseira. Não são raros os casos em que esse freehub quebra e o biker fica literalmente a deriva no pedal. Quem já teve o problema sabe a chateação que é. Existem alguns padrões diferentes de freehub, e caso você precise trocar o seu é preciso saber o padrão correto para não ter problemas na instalação (  imagem 07 ). Acredito pessoalmente que não um freehub melhor ou pior, temos pequenas diferenças no peso, são peças que se desgastam e precisam de manutenção e limpeza periódicos para estarem sempre afinados.

Uma novidade que esta aos poucos chegando nas bikes topo de linha, de forma ainda muito tímida devido ao alto custo, são os cubos com chassi em carbono ( imagem 07 ). Esses cubos apresentam um perda significativa de peso em relação aos produzidos em alumínio, podendo chegar até 180g.
Confesso que indicaria esse mode de cubo para uso em modalidade mais leves como o XC, XCO ou XCM, modalidades em que os cubos não são expostos a grandes impactos ou torções, como no ENDURO ou DOWNHILL.


imagem 01

imagem 02

imagem 04

imagem 04


imagem 05

imagem 06

imagem 07


terça-feira, 23 de junho de 2015

Guru Bike Fit System

Muito ainda temos que aprender sobre as opções de Bike Fit disponíveis no Brasil. Para quem não sabe bike fit é um estudo de medidas ergonômicas do ciclista que visa ajustar as medidas da bicicleta de acordo com a anatomia individual de cada um, melhorando sua performance, para os profissionais, ou simplesmente dando ao ciclista o maior conforto possível sobre a bike, evitando também pequenas lesões por má posição. Para a realização desse estudo é preciso que o profissional tenha treinamento adequado, conheça minimamente a fisiologia/biomecânica humana para que os resultados a favor do ciclista possam ser maximizados.
Muita coisa tem se desenvolvido nos últimos anos afim de auxiliar os profissionais desta área, inclusive softwares, que permitem criar uma mapeamento detalhado de cada atleta e assim chegar a um "fit" exclusivo para o mesmo. Hoje é possível encontrar até mesmo aplicativos para smartphones que ajudam, de forma generalizada, é preciso enfatizar, o atleta amador a encontrar sua posição em cima da bike. Eu digo de forma generalizada pois quando o profissional realiza o bike fit ele deve além das medidas ergonômicas do atleta, verificar possíveis limitações de movimento devido alguma lesão anterior e o tipo de trabalho que o atleta realizará em cima da bike. O bike fit de um piloto para o XCO não é necessariamente o mesmo que ele usará no XCM por exemplo.
A GURU FIT SYSTEMS levou isso a um nível altamente profissional, desenvolvendo uma plataforma dinâmica de mapeamento do atleta, permitindo um ajuste perfeito da bicicleta. O sistema consta de um nível de detalhamento muito grande, aumentando o nível de precisão de forma significativa. Basicamente são três passos, primeiro o escaneamento do atleta por um sistema de camera aonde são feitas marcações fundamentais e assim o sistema tem as medidas gerais do atleta. Segundo passo é o ajuste e teste na plataforma dinâmica ( como se fosse um simulador de bicicleta ) que permite o atleta verificar sua posição tanto em subidas ou descidas, pois a plataforma inclina para trás e para frente de forma automática para simular essas situações, sendo nesse momento também monitorado no software a atual configuração usada.Ai que esta o grande diferencial ,o milagre da tecnologia, a "bicicleta" através de sistemas hidráulicos ajusta de forma automática o fit das medidas, tendo como parâmetro de correção o "scan" que é feito enquanto o ciclista pedala através de uma câmera de alta definição e são capitados também potencia de pedalada em cada uma das posições verificando assim em qual posição o atleta emprega mais potência no pedal. Após finalizada as medidas e chegado ao posicionamento ideal o software pode até mesmo indicar um modelo mais adequado para seu corpo com base em mais de 1000 modelos registrados no banco de dados do sistema.
Vale a pena conferir...

http://www.gurucycling.com/wp-content/themes/bones/library/video/GuruFinal.mp4