terça-feira, 28 de julho de 2015

HeadTube Angle ..ou.. Angulo da Caixa de Direção.

Como o Angulo da Caixa de Direção pode influenciar na sua pilotagem, independente de qual modalidade do MTB você for seguidor?
Bom a geometria das bikes nos últimos anos tem evoluído a passos largos, graças principalmente em função da tecnologia empregada no desenho e engenharia de quadros. Softwares extremamente sofisticados, permitem aos engenheiros simularem o comportamento das bikes antes mesmo de ser construído um protótipo. Mais recentemente com o advento da impressora 3D esse processo ficou ainda mais preciso.
Nas bikes de AM e Enduro, podemos dizer que os ângulos das caixas de direção mais empregados no mercado vão de 65 a 67, dependendo da marca e curso empregado na geometria da bike.
Mas você sabe o que realmente o ângulo da caixa de direção afeta seu pedal?
Aqui vou fazer um breve explicação do que você pode prever sobre o comportamento de uma bike tendo essa informação em mãos, seja para a compra de uma nova bike ou simplesmente ajuste de geometria de sua bike, tecnologia empregada na grande maioria das bike destinadas para AM e Enduro que permite ajustes na própria bike com esse fim, como por exemplo a SCOTT que usa um sistema de ajuste de altura do movimento central que altera essa medida em 7mm e consequentemente em 0,5º o angulo da caixa de direção.
Bike com o ângulos mais alto como 68,5º por exemplo, a bike tende a ser mais arisca, mas propensa a respostas rápidas em curvas e responder de forma mais rápida a aceleração empregada pelo biker, isso porque com esse angulo a distancia entre eixos é menor. Esse angulo geralmente é empregado em bikes para trail, sendo que para bikes de cross crountry race podemos encontrar ângulos de 69º ( lembrando que a pequenas alterações conforme a marca ).
No mundo das Enduros temos angulos mais agudos, pois para estas bikes a estabilidade é importante devido aos obstáculos presente nas trilhas como pedras e raízes. 66,5º ou 66,8º fornecem uma distância entre eixos maior, o que permite maior distribuição dos impactos recebidos, tornando a pilotagem mais fluída e segura.
Quanto menor a angulo da caixa de direção, mais agressiva a bike se torna nas trilhas porque ela distribui melhor o impacto, dando margem ao piloto para soltar mais os freios e tirar mais alguns segundos do seu tempo de descida. Bikes de DownHill apresentam ângulos de 62º ou 63º, justamente porque seu objetivo é ter a maior estabilidade possível.
Então lembre-se, ao comprar uma bike ou alterar a geometria de sua bike ( caso ela tenha essa opção ), é esse o princípio aplicado.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cubos... O que você precisa saber.

Um dos maiores mitos relacionados a peso que persegue bikers mundo a fora são os cubos. Quando se fala em peso, todos associam uma significativa responsabilidade aos cubos a favor ou contra.
Nem sempre tirar um cubo intermediário para colocar um cubo de topo de linha é sinal de perda significativa de peso. Em geral a diferença de peso entre esses dois níveis não é tão significativa.
Os cubos tem um relevância muito maior para os bikers que vai além do peso que é a rolagem e durabilidade.

Vou fazer aqui uma comparação real, que tive no meu cenário.

Comprei uma Scott Spark 730 e essa bike originalmente vem com cubos SHIMANO DEORE ( imagem 01 ) com o sistema de prender os discos de freios center lock, um padrão usado pela shimano. Confesso que assim que sai da loja já disse para mim mesmo, em voz alta, primeiro upgrade dessa bike vão ser os cubos. Como já tinha em casa um par de cubos, os aclamados HOPE PRO II EVO, e não é atoa, para mim seria somente o trabalho de enraiar as rodas novamente. O tempo foi passando e os cubos DEORE foram ficando na bike, e percebi que a rolagem dos cubos é muito boa.
Os cubos shimano usam colar de bilha ( imagem 02 ) que pra mim nunca foi algo muito bom porque a grande desvantagem desse sistema é a manutenção, pois as calhas onde as esferas atuam com o tempo se desgastam e a troca requer uma prensa para tirar e colocar novas calhas de rolagem. Mas olhe um pouco de minha incoerência, usei vários cubos de colar de bilhas, inclusive um par dos famosos parallax ( imagem 03 ) e nunca tive tal problema, mas sei na teoria que isso pode acontecer.
Outro fator é a precisão que precisamos ter para montar o cubo após a revisão. Para estes cubos há um torque preciso, que dificilmente esse ou aquele mecânico conseguirá colocar novamente. Baixo torque vai permitir folga no sistema, um torque exagerado pode aumentar o atrito entre as partes, acelerando o desgaste e prejudicando a rolagem da bike. Ponto negativo a meu ver.

Falando agora dos cubos HOPE ( imagem 04 ), esses cubos trabalham com rolamentos selados. O benefício dos rolamentos são a durabilidade e a facilidade de manutenção. Vale ressaltar que estes modelos de cubo permitem um upgrade muito bacana que é a instalação de rolamentos de cerâmica ( imagem 05 ). Rolamentos de cerâmica possuem maior precisão, maior durabilidade e menor peso. Um desejo antigo que ainda vai se concretizar, pois os preços não são nada amigáveis.
Quanto a facilidade de manutenção, o rolamentos podem ser trocados sem dificuldade pelo seu mecânico de confiança e adquiridos em lojas especializadas ou na internet.

Tendo esses dois cubos em mãos, optei por permanecer os cubos DEORE por um motivo. Quando pesquise o peso dos cubos, ainda não tenho uma balança de precisão para catalogar os pesos, falha minha, mas vamos lá, descobri que a perda de peso com a instalação dos cubos hope seria aproximadamente 100g, o que sabemos que para o esporte pode ser considerado por muitos uma baita diferença, mas pra mim que pedalo de forma recreativa não pesou tanto. Além disso minhas rodas são montadas de fábrica, com a pressão dos raios precisa e totalmente equilibrada, tanto que me impressiono até hoje com a rigidez e durabilidade de meu conjunto de rodas ( aros syncros, cubos deore e raios DT SWISS ). Por isso optei por não alterar. Aquela história, em time que está ganhando não se mexe.

Nos cubos traseiros ainda temos uma terceira parte, os freehub ( imagem 06 ) que é a peça onde o cassete é montado que transfere a força da pedalada para a roda traseira. Não são raros os casos em que esse freehub quebra e o biker fica literalmente a deriva no pedal. Quem já teve o problema sabe a chateação que é. Existem alguns padrões diferentes de freehub, e caso você precise trocar o seu é preciso saber o padrão correto para não ter problemas na instalação (  imagem 07 ). Acredito pessoalmente que não um freehub melhor ou pior, temos pequenas diferenças no peso, são peças que se desgastam e precisam de manutenção e limpeza periódicos para estarem sempre afinados.

Uma novidade que esta aos poucos chegando nas bikes topo de linha, de forma ainda muito tímida devido ao alto custo, são os cubos com chassi em carbono ( imagem 07 ). Esses cubos apresentam um perda significativa de peso em relação aos produzidos em alumínio, podendo chegar até 180g.
Confesso que indicaria esse mode de cubo para uso em modalidade mais leves como o XC, XCO ou XCM, modalidades em que os cubos não são expostos a grandes impactos ou torções, como no ENDURO ou DOWNHILL.


imagem 01

imagem 02

imagem 04

imagem 04


imagem 05

imagem 06

imagem 07