quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Scott Spark 730 - Review

http://www.scott-sports.com/global/en/products/233971/SCOTT-Spark-730-Bike/


Nos últimos 15 dias andei em uma Scott Spark 730 com rodas 650b ( já que muitos especialistas afirmam que a definição de 27,5" não é a mais correta para o diâmetro da roda ) e vou deixar aqui as minhas primeiras impressões.

Antes de mais nada vale ressaltar que nos últimos 3 anos o meu pedal teve um forte foco no All Mountain em sua forma mais clássica, boas subidas e descidas mais técnicas e velozes e por isso essa tem sido uma referência muito importante para mim: UMA BIKE QUE DESCE BEM.

A Scott Spark 730 representa em minha opinião o que há de mais sincronizado com o que vimos na temporada 2014 da Copa do Mundo de XCO, trilhas que exigem uma boa pegada na subida e com bom rendimento em descidas com rock gardens e foi com esse pensamento que tomei a decisão por essa escolha.

A bike como já era de se esperar veio originalmente com um cokpit voltado para o XC, que é o berço de sua origem e plataforma, mas eu pessoalmente como não sou um XC racer, optei primeiramente por trocar o avanço de 90mm por umde 70mm com 6º de inclinação, com a ideia de "levantar" um pouco mais a frente da bike e facilitar minhas passagens pelas belas e técnicas trilhas que temos no Espírito Santo. Troquei também o guidon original por um low rise de 720mm de largura de carbono que já tinha em casa, Canote Rock Shox Reverb ( confesso, não consigo rodar mais sem isso ) e os freios originais por freios XT, sendo que os freios originais eram Shimano Deore, que cumpre bem o seu papel mas não possui os ajustes e peso equivalentes ao XT. Com esse setup fiz meu primeiro pedal ( propriamente dito ) em um dos lugares que em minha opinião pessoal, esta tecnicamente fechado em o Enduro e DH. Uma trilha na região da Grande Vitória conhecida como Três Marias
.
Lá eu coloquei a prova como a Scott se comporta em descidas mais técnicas, com trechos de rocky gardens bem acentuados e pequenos drops em pedras.
Como era de esperar, não foi um pedal produtivo, primeiramente porque eu não estava acostumado com a posição da bike e a nova forma como eu deveria distribuir meu centro de gravidade em cima da bike, segundo porque como não havia "sentido" a bike ainda, a calibragem das suspensões estava acima do que seria ideal para aquela trilha, deixando a bike dura. Mas uma conclusão eu pude constatar e me alegrou muito, a bike desce SIM. Lógico que não vai descer como uma All Mountain de 160mm, mas para meu objetivo pessoal ela vai muito bem obrigado. A geometria com angulo de caixa em 68.8º deixa a bike pronta pra encarar os obstáculos facilitando a vida do piloto.

Um aspecto importante nessa bike é opção de ajuste do shock traseiro que permite mudar em 0,5º o angulo da caixa de direção e em 7mm a altura do movimento central, dando um comportamento mais ou menos agressivo para a bike nas trilhas.



Tendo essa primeira experiência, fui pedalar com ela no dia seguinte no Morro do Moreno ( nosso quintal aqui em Vila Velha - vamos dizer assim ). Lá no Morro do Moreno o nível técnico é menor porém a velocidade é maior, tendo um facilitador, as trilhas estarem bem mapeadas por mim, tirando mais proveito da bike.
Nas subidas o sistema TwinLoc da Scott se mostrou uma maravilha, com seus três níveis de ajuste ele permite você dosar de forma correta a melhor "firmeza" para cada tipo de terreno e inclinação que você esta enfrentando morro acima. A bike produz muito, e mesmo não tendo um setup de peças topo de linha, como a Spark 700, a sensação foi de que eu estava com um preparo físico de atleta profissional, conquistando o topo do morro sem aquela eventual fadiga que enfrentava toda vez que subia com minha AM de 160mm. Ela é uma race bike, uma maravilha!

Após alguns minutos de descanso vamos ao que mais gosto, a descida!
Vale reportar que nesse dia eu havia voltado o avanço de guidon de 80mm original da bike, pois queria mensurar a diferença para a mesa que estava usando anteriormente, e para grata surpresa senti a bike mais na mão com a mesa de "XC" do que com a mesa de AM.
A bike desce muito bem, exigindo do biker algumas correções, não pelo chassi ou pelo conjunto de amortecedores, Fox Float 32 120mm de curso na dianteira e Fox Float Nude / Scott também com 120mm na traseira, mas sim pelos pneus originais 2.25 mais voltados para o XC que em situações mais "extremas", da uma sensação de não estar muito a vontade.
Volto a insistir, não vale comparar com bike de AM.

As rodas originais tem aros Syncros e Cubos Shimano Deore. Esses cubos são pesados mas duráveis. Vou optar por cubos Hope que já tenho em um futuro próximo.
Minha maior preocupação com as rodas maiores, era com as curvas. Sempre tive a sensação de que rodas maiores em singletracks mais técnicos e sinuosos seria um fator complicador. Bom, não curva como as 26" e ponto. Não falo da estabilidade, mas as 26" são mais ágeis e permitem mudanças bruscas de direção com maior facilidade. Em compensação a descida é muito mais suave com as rodas 650b, pois pequenas imperfeições e pequenos obstáculos são superados sem "trancos" ou "pancadas". Isso pra mim compensou tudo.

Relacionado ao sistema de marchas, eu em todos esses anos de peda, fui usuário Shimano e posso relatar o que senti de melhor no sistema Sram ( passadores X7 e câmbio X9 ). O Sram é mais estável, bate menos e com isso deixa o sistema mais silencioso e o Shimano ( Deore XT ) é mais confortável pois o curso do manete para a troca de marchas é mais curto e mais suave. Relacionado a peso não tenho referências. Confesso que vou usar o Sram por mais tempo para ter um percepção mais aprofundada de seus benefícios.

Minha conclusão é que tenho em mãos uma bike extremamente versátil, que me permite curtir o All Mountain com amigos no final de semana e também essa ou aquela competição de XC que eu possa me animar a participar. Alguns upgrades futuros como pedivela e cubos estão na alça de mira, mas por enquanto vai ficar como esta. A bike esta dando um feedback muito acima do esperado.

Rodrigo Castanheira
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